segunda-feira, 28 de julho de 2008

Textos Olimpíadas de Português - Texto 12

Café na avenida: certo ou errado?

Angélica Larissa Ferreira


Um fato estranho aconteceu em minha cidade. O prefeito interditou a avenida principal para secagem de café, provocando muita polêmica.

Um cafeicultor pediu um espaço ao prefeito alegando que a colheita estava atrasada por causa da chuva, como a safra foi muito grande ele já não possuía espaço suficiente para secar café. Segundo ele, e o prefeito não cedesse um espaço, ele teria que parar com safra e demitir duzentos trabalhadores rurais.

Algumas pessoas estão revoltadas com a atitude do prefeito, mas outras consideram que ele está certo.

Os que são contra dizem que o prefeito agiu com intenções políticas, porque é candidato à reeleição; dizem ainda que a medida atrapalhou o trânsito; que a população não foi avisada com antecedência e que essa atitude abre precedentes para outros produtores solicitarem o mesmo benefício, caso fiquem em dificuldades.

Os que são favoráveis dizem que a medida impediu a demissão dos trabalhadores, que a avenida é larga o suficiente para ser usada em mão dupla e que será utilizada por pouco tempo, aproximadamente trinta dias.

Eu penso que com a pista interditada havia possibilidade de acontecer acidentes, visto que a interdição da avenida não foi mesmo comunicada com antecedência à população. Esta avenida é uma das mais movimentadas de minha cidade, pois dá acesso ao distrito industrial, à usina de açúcar e álcool e à rodovia estadual próxima, portanto não deveria estar sendo usada dessa forma.

Penso ainda que o fazendeiro deveria ter construído outros terreiros para secar café ou tentar encontrar outra solução sem incomodar os cidadãos, pois acredito que dinheiro não é problema para ele, já que como foi publicado no jornal da cidade o cafeicultor é o maior produtor da região.

Apesar de algumas pessoas garantirem que o decreto do prefeito é legal, porque está previsto na lei orgânica do município em seu artigo 94, o promotor de justiça afirmou que “a medida é juridicamente discutível”.

Portanto, sou contra a colocação do café na avenida porque privilegia alguns em detrimento de outros, abre precedentes e atrapalha o trânsito da cidade.


Angélica Larissa Ferreira, aluna da professora Maria Ângela Tidei,

da E. E. Professora Laura Rebouças de Abreu,

participante do Prêmio Escrevendo o Futuro.

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