Deficientes, feios e pobres
Jessé Souza
Jessé Souza
Esse mundinho de criar frase politicamente correta para os excluídos ou injustiçados é mais que hipocrisia. É idiotizante. Querem transformar negros em afro-descendentes. Índios em nativos. Deficientes físicos em portadores de necessidades especiais.
Tudo isso não passa de uma forma que os politicamente corretos acharam para tentar esconder que — mesmo com o pomposo nome de portadores de necessidades especiais — os deficientes físicos continuam sem acesso, sem respeito se sem poder de exercer plenamente sua cidadania.
Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de rodas, um paraplégico T-4) — aviso logo, antes que digam que estou comentando algo que eu não entendo. E não é uma terminologia pomposa que o vai dignificar ou mudar a situação de exclusão em que vive, mesmo rodeado de pessoas que o apóiam e o ajudam a ultrapassar obstáculos tanto físicos quanto psíquicos.
Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante.
Entre eles mesmos, os cadeirantes se divertem os colocando apelidos e chamando sem arrodeios ou hipocrisia por suas deficiências. E nós, tendo um em nossa família, aprendemos que essa história de palavras politicamente corretas não passam de uma cortina para esconder as graves falhas da sociedade com quem é diferente, feio, aleijado, pobre, de cor...
Não importa se chamamos de puta, garota de programa, mulher da vida ou qualquer terminologia politicamente correta. O que importa é se este politicamente correto é só da boca para fora ou estamos carregados de preconceito ou exclusão.
Não interessa se o cadeirante é paraplégico, aleijado,deficiente ou portador de necessidades especiais. Importa é o engenheiro construir rampas, o taxista parar e dobrar sua cadeira no portamalas, o prédio público ter banheiros adaptados e os meios-fios adaptados.
Jamais iremos construir um mundo sem exclusão achando que buscando palavras politicamente corretas estamos acionando uma varinha de condão para incluir e dar acessibilidade aos deficientes ou mudando a mentalidade de quem discrimina e exclui.
Só vamos mudar a realidade de quem está em desvantagem em relação aos que se acham normais permitindo que os portadores ou deficientes de toda espécie exerçam sozinhos seu direito de ir e vir, sintam-se cidadãos plenos e possam viver sem ser tratados como coitadinhos, que precisam de pena e dó para que as leis sejam respeitadas.
Tudo isso não passa de uma forma que os politicamente corretos acharam para tentar esconder que — mesmo com o pomposo nome de portadores de necessidades especiais — os deficientes físicos continuam sem acesso, sem respeito se sem poder de exercer plenamente sua cidadania.
Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de rodas, um paraplégico T-4) — aviso logo, antes que digam que estou comentando algo que eu não entendo. E não é uma terminologia pomposa que o vai dignificar ou mudar a situação de exclusão em que vive, mesmo rodeado de pessoas que o apóiam e o ajudam a ultrapassar obstáculos tanto físicos quanto psíquicos.
Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante.
Entre eles mesmos, os cadeirantes se divertem os colocando apelidos e chamando sem arrodeios ou hipocrisia por suas deficiências. E nós, tendo um em nossa família, aprendemos que essa história de palavras politicamente corretas não passam de uma cortina para esconder as graves falhas da sociedade com quem é diferente, feio, aleijado, pobre, de cor...
Não importa se chamamos de puta, garota de programa, mulher da vida ou qualquer terminologia politicamente correta. O que importa é se este politicamente correto é só da boca para fora ou estamos carregados de preconceito ou exclusão.
Não interessa se o cadeirante é paraplégico, aleijado,deficiente ou portador de necessidades especiais. Importa é o engenheiro construir rampas, o taxista parar e dobrar sua cadeira no portamalas, o prédio público ter banheiros adaptados e os meios-fios adaptados.
Jamais iremos construir um mundo sem exclusão achando que buscando palavras politicamente corretas estamos acionando uma varinha de condão para incluir e dar acessibilidade aos deficientes ou mudando a mentalidade de quem discrimina e exclui.
Só vamos mudar a realidade de quem está em desvantagem em relação aos que se acham normais permitindo que os portadores ou deficientes de toda espécie exerçam sozinhos seu direito de ir e vir, sintam-se cidadãos plenos e possam viver sem ser tratados como coitadinhos, que precisam de pena e dó para que as leis sejam respeitadas.
Jessé de Souza é jornalista.
e-mail: jesse@folhabv.com.br
Fonte: Folha da Boa Vista, 19/9/2007.
e-mail: jesse@folhabv.com.br
Fonte: Folha da Boa Vista, 19/9/2007.
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